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Brasileiros ‘descobrem’ com imigrantes europeus os banhos de mar curativos

16 abr/2010

 

Os banhos de águas termais e marinhas ainda hoje mantém suas funções medicinais de origem e, em meados do século 19, passaram a integrar o lazer da burguesia em nosso país. No Rio Grande do Sul, imigrantes e descendentes de alemães começaram a investir nesta modalidade de turismo, com objetivos curativos e revigorantes. Entre os empresários estavam os médicos, que também aderiram aos banhos. Essas são algumas informações de Silvio Marcus de Souza Correa, autor do artigo que ilustra a capa de História, Ciências, Saúde – Manguinhos de janeiro/março (volume17, nº 1).

 

capa da revista onde aparece uma ilustração antiga com banhistas

Na capa da revista, imigrantes alemães posam em trajes de banho em praia do Rio Grande do Sul, na década de 1920. Arte de Fernando Vasconcelos sobre foto do Centro de Documentação da Universidade de Santa Cruz do Sul.

 

As fontes consultadas pelo historiador da Universidade Federal de Santa Catarina mostram que as primeiras praias balneárias foram as do sul.  O artigo menciona o Hotel da Saúde, no Rio Grande, fundado em 1888, na Praia de Tramandaí.  

A referência mais remota a uma veranista foi encontrada na revista Gaivota, de 1942, que falava sobre a morte de Cristiana Schneiders, freqüentadora da praia de Cidreira com a família, desde 1866. Os banhos termais e de mar e os passeios na orla marítima também são cenários de romances, como O crime do padre amaro, de Eça de Queiroz, e de várias passagens das histórias de José de Alencar.  
 

foto antiga de carretas em viagem

Turistas seguiam de Porto Alegre para as praias em comboios de carretas. Reprodução da Revista Máscara, 1919. Acervo do Museu de Comunicação Social Hipólito da Costa.

Nesta edição da revista há outros nove artigos inéditos de colaboradores de várias instituições brasileiras e de países da América do Sul e Europa, que tratam de temas diversificados como esporte, medicina e arte; toxicidade e a produção de maçãs no sul do Brasil; os caminhos da alfabetização. Há também a reprodução de manuscrito inédito do naturalista Manuel Ferreira da Câmara, de 1796, em que ele fala sobre a extração de minério do Principado da Transilvânia, além de nota de pesquisa sobre educação sanitária em Minas Gerais no início do século 20 e de diversas resenhas de livros lançados recentemente.

História, Ciências, Saúde — Manguinhos tem seus artigos indexados nas bases de dados da Thomsom Reuters (Arts and Humanities Citation Index), Medline e Scopus, e tem versão digital com textos completos e de acesso gratuito, no portal de periódicos científicos SciELO. É pontuada com a nota máxima em história e educação pelo sistema Qualis de avaliação da Capes. Circula a cada três meses com artigos originais em português, inglês e espanhol.