Formado em 1903, Chagas abriu consultório no centro do Rio e, como médico da Diretoria Geral de Saúde Pública (então dirigida pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que acumulava o cargo com a direção do Instituto de Manguinhos), trabalhou no hospital de Jurujuba, Niterói.
Aspectos da população de Lassance (MG): na habitação característica da região, a cafua, dava-se a infestação da doença de Chagas pelo barbeiro. Entre 1908 e 1911. Foto: Acervo COC.
Em junho de 1907, Chagas foi designado para combater uma epidemia de malária que grassava no norte de Minas Gerais, na região do rio das Velhas, entre Corinto e Pirapora, e paralisava o projeto que pretendia integrar o sul ao norte do país através do prolongamento da Estrada de Ferro Central do Brasil, do Rio até Belém. Na pequena vila de Lassance, Chagas descobriu uma nova doença, a Tripanossomíase Americana ou Doença de Chagas.
Entre 1912 e 1913, em função das preocupações do governo com a crise no extrativismo da borracha, Chagas chefiou uma expedição científica ao vale do Rio Amazonas, para estudar as condições sanitárias da região. O relatório oficial da viagem, juntamente com os relatos de outras expedições realizadas por pesquisadores do IOC ao interior do país na década de 1910, denunciou o abandono médico e social em que viviam as populações rurais brasileiras. Na imagem, caderneta de anotação de Carlos Chagas. Imagem: Acervo COC
Descobrir uma doença e seu ciclo completo era uma façanha inédita nos anais médicos. Isso até que Carlos Chagas desvendasse o ciclo evolutivo da Doença de Chagas. Apesar de receber muitos prêmios internacionais, como o Prêmio Schaudinn (imagem), conferido pelo Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo, na Alemanha, para o autor do melhor trabalho sobre protozoologia realizado até então, o cientista brasileiro nunca recebeu a láurea máxima, o Nobel. Imagem: Acervo COC
Casa onde nasceu Carlos Chagas, na Fazenda Bom Retiro, em Oliveira (MG). Foto: Acervo COC
Carlos Chagas (ao centro) e Pacheco Leão (a sua esquerda) no rio Negro. Eles participaram de expedição científica realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz na Amazônia. São Gabriel da Cachoeira (AM), 1913. Foto: Acervo COC.
Formado em 1903, Chagas abriu consultório no centro do Rio e, como médico da Diretoria Geral de Saúde Pública (então dirigida pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que acumulava o cargo com a direção do Instituto de Manguinhos), trabalhou no hospital de Jurujuba, Niterói.
Aspectos da população de Lassance (MG): na habitação característica da região, a cafua, dava-se a infestação da doença de Chagas pelo barbeiro. Entre 1908 e 1911. Foto: Acervo COC.
Em junho de 1907, Chagas foi designado para combater uma epidemia de malária que grassava no norte de Minas Gerais, na região do rio das Velhas, entre Corinto e Pirapora, e paralisava o projeto que pretendia integrar o sul ao norte do país através do prolongamento da Estrada de Ferro Central do Brasil, do Rio até Belém. Na pequena vila de Lassance, Chagas descobriu uma nova doença, a Tripanossomíase Americana ou Doença de Chagas.
Entre 1912 e 1913, em função das preocupações do governo com a crise no extrativismo da borracha, Chagas chefiou uma expedição científica ao vale do Rio Amazonas, para estudar as condições sanitárias da região. O relatório oficial da viagem, juntamente com os relatos de outras expedições realizadas por pesquisadores do IOC ao interior do país na década de 1910, denunciou o abandono médico e social em que viviam as populações rurais brasileiras. Na imagem, caderneta de anotação de Carlos Chagas. Imagem: Acervo COC
Descobrir uma doença e seu ciclo completo era uma façanha inédita nos anais médicos. Isso até que Carlos Chagas desvendasse o ciclo evolutivo da Doença de Chagas. Apesar de receber muitos prêmios internacionais, como o Prêmio Schaudinn (imagem), conferido pelo Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo, na Alemanha, para o autor do melhor trabalho sobre protozoologia realizado até então, o cientista brasileiro nunca recebeu a láurea máxima, o Nobel. Imagem: Acervo COC
Casa onde nasceu Carlos Chagas, na Fazenda Bom Retiro, em Oliveira (MG). Foto: Acervo COC
Carlos Chagas (ao centro) e Pacheco Leão (a sua esquerda) no rio Negro. Eles participaram de expedição científica realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz na Amazônia. São Gabriel da Cachoeira (AM), 1913. Foto: Acervo COC.
Um dos mais importantes cientistas brasileiros, Carlos Chagas (1879-1934) também está de casa nova! Os documentos e obras que integram o acervo Carlos Chagas, que revelam a trajetória profissional e científica do pesquisador e registram a “era bacteriológica”, momento de efervescência pelo qual passava a medicina, estão agora no Centro de Documentação e História da Ciência (CDHS).
Além de atuar como diretor do Instituto Oswaldo Cruz (1917-1934), embrião da Fiocruz, entre outros realizações, Chagas descobriu o ciclo evolutivo da Tripanossomíase Americana, popularmente conhecida como Doença de Chagas, em 1909. Um feito notável, como demonstram as palavras de Oswaldo Cruz: “O descobrimento desta moléstia constitui o mais belo exemplo do poder da lógica a serviço da ciência. Nunca até agora, nos domínios das pesquisas biológicas, se tinha feito um descobrimento tão complexo e brilhante e, o que mais, por um só pesquisador”.
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Coleção Carlos Chagas
A coleção é composta de 335 livros com assinatura do cientista e dedicatórias. Dentre as obras raras, destacam-se “Através da Bahia: excerptos da obra Reise in Brasilien”, trabalho dos naturalistas Von Spix e Von Martius, que descreveram a fauna e a flora do Brasil em expedição realizada entre 1817 e 1820; “Actos de fé: discursos”, publicação de 1928, que contém ex-líbris editorial e, como epígrafe, a célebre frase de Oswaldo Cruz “Não esmorecer para não desmerecer”; e “Manuel d’histologie pathologique”, publicado em 1884, exemplar carimbado, contendo folha de guarda decorada e dedicatória de Oswaldo Cruz.
Fundo Carlos Chagas
O arquivo histórico de Carlos Chagas aborda significativos trabalhos do médico nas áreas de pesquisa biológica e médico-sanitária e na saúde pública. São documentos epistolares, administrativos e acadêmicos, premiações, fotografias, caricaturas, periódicos, recortes de jornais e folhetos, entre outros itens, referentes à vida pessoal e trajetória profissional do cientista como pesquisador assistente, chefe de serviço e diretor do Instituto Oswaldo Cruz, diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública, diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, professor catedrático da Universidade do Rio de Janeiro, diretor do Centro Internacional de Leprologia, membro do Comitê de Higiene da Liga das Nações e de diversas sociedades e associações científicas, bem como representante do Brasil em eventos no exterior.
Dentre os diversos documentos e tipologias arquivísticas variadas, destacam-se as fotografias e o filme realizado em Lassance, zona rural de Minas Gerais, para onde Chagas foi enviado em 1905, a fim de combater a “epidemia misteriosa" que interrompera obras de ampliação da ferrovia da Central do Brasil. Tratava-se, como o médico descobriria em seguida, da Tripanossomíase Americana.
Também estão presentes no acervo as imagens da expedição científica ao vale do rio Amazonas, entre 1912 e 1913, que reuniu, além de Chagas, Pacheco Leão e João Pedro de Albuquerque. Os cientistas percorreram os rios Solimões, Juruá, Purus, Acre, Iaco, Negro e o baixo Rio Branco com a missão de investigar as condições sanitárias e de vida dos principais centros de produção da borracha.